terça-feira, 11 de maio de 2010

JACK, O ESTRIPADOR


"Londres, final do século XIX, noite fria e com as típicas névoas locais. Uma mulher, prostituta, anda despreocupadamente nas ruas sujas de Whitechapel. Alguém a segue... alguém a espera... pouco depois, esse alguém aborda a prostituta e a estripa cruelmente, chegando a degolá-la! O corpo é encontrado. Policiais levantam pistas, hipóteses, caçadas humanas... mas não conseguem encontrar Jack, o Estripador! E jamais conseguiram!"


O início fictício desta matéria não está muito longe do que aconteceu. Jack, o Estripador ainda hoje é um caso fascinante e insolúvel. O assassino de prostitutas que atuou na Inglaterra no final do século XIX na região de cortiços de Whitechapel, bairro pobre de Londres, entre 1888 e 1898, nunca foi descoberto. Não existe um roteiro 100% confiável dos homícidios praticados por Jack contra prostitutas, já que era comum no ambiente marginalizado em que elas trabalhavam a ocorrência de vários crimes, inclusive assassinatos: muitas prostitutas foram assassinadas e os crimes eram atribuídos a Jack. Mas vários assassinatos ocorridos entre agosto e novembro de 1888 são considerados como obras do próprio Jack, o Estripador: Martha Turner, de 35 anos; Polly Nichols, de 42; Annie Chapman, de 47, todas elas prostitutas. O bar Ten Tells era um dos pontos de prostituição da região e o lugar onde Mary Jane Kelly, a última vítima, bebeu seu último drink. Os corpos eram encontrados em estado deplorável por causa das mutilações.


Sem conseguir encontrar o assassino, a polícia inglesa prendeu vários suspeitos enquanto a imprensa recebia cartas anônimas assumindo os crimes de Jack, o Estripador. Eis uma parte de uma destas cartas: "Caro chefe: não cesso de ouvir que a polícia me apanhou, enquanto continuo solto. (...) Escolhi as prostitutas e continuarei estripando até ser trancafiado. (...) Logo ouvirão falar novamente de mim. (...) Ass. Jack, o estripador."Outras mulheres foram assassinadas nas cercanias de Whitechapel, sem que os policiais pudessem fazer qualquer coisa para impedir ou sequer identificar o assassino, o que deixou o bairro em pânico. Muitas teorias surgiram para explicar esses crimes, chegando a existir mais de 200 livros procurando solucionar o mistério. Apenas em 1929 é que surgiu a primeira teoria séria sobre o caso: Leonard Matters suspeitava de que o criminoso fosse um médico inglês que matava e degolava mulheres por desejo de vingança, pois seu único filho tinha morrido de sífilis contraída numa relação com prostitutas de Whitechapel. Um médico da família real, sir William Gull, também ficou como suspeito dos crimes ao obedecer às ordens do primeiro-ministro para que assassinasse estas prostitutas (as mulheres estavam chantegeando os membros da realeza por saberem de um relacionamento ilícito de um parente da rainha Vitória como uma plebéia). Uma parteira também foi colocada no rol de suspeitos: sendo ameaçada pela polícia para parar o seu trabalho, ela mataria suas mais freqüentes freguesas. Outras teorias já dizem que Jack não existiu: as prostitutas assassinadas já eram decadentes, com exceção da bela e nova Mary Jane Kelley, e teriam sido alvo de policiais revoltados com o aumento da prostituição em Londres - havia mais de 1.800 prostitutas na época. Até no criador de Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle, recaíram suspeitas: ele estaria montando um quebra-cabeça para a polícia da mesma forma que fazia em seus textos do famoso detetive. A teoria mais polêmica (e, talvez, a mais acreditada) recaí sobre um membro da família real, o duque de Clarence (Albert Victor Christian Edward), neto da rainha Vitória e herdeiro do trono britânico, que seria sifilítico e homossexual, e famoso pela vida mundana que levava nos bordéis londrinos. Para justificar suas habilidades em dilacerar suas vítimas, argumentou-se que ele teria treinado para tal nas fazendas reais na Escócia. Por ser alguém tão importante a polícia, estrategicamente, silenciou-se. A morte pouco esclarecida do duque, provavelmente em decorrência dos problemas oriundos da sífilis, exatamente pouco tempo depois do fim dos crimes em Whitechapel, parece confirmar tais suspeitas. Recentemente a culpa foi dada a um artista alemão, sendo que a pesquisadora utilizou-se de técnicas novas para comprovar suas teorias - inclusive exame de DNA em vestígios guardados ainda da épocaMas são suspeitas apenas - ainda hoje existe o mistério de quem seria Jack, o Estripador.


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